Antônio de Pádua Borges

Antônio de Pádua Borges
Nascido a 11 de janeiro de 1924, natural de Brejinho - RN, filho de Luiz Tobias Borges e Ana Carmosina Borges. Suas atividades: como funcionário federal aposentado, trabalhou no Ministério da Saúde combatendo doenças endêmicas, desenvolvendo atividades em quatro estados do Nordeste brasileiro, no período de 30 anos consecutivos. Vive feliz, consciente de ter cumprido com seu dever. Quanto a poesia, considera um pergaminho, uma dádiva de Deus. Escreve cordéis e já participou de várias antologias literárias quais sejam: Templos Tempos Diversos no ano de 1995, Trairí em versos no ano de 1997, Santa Cruz Prosa em Cruz e Versos no ano de 2004 e Cantos e Contos do Trairí no ano de 2008. Em outubro de 2001, publicou seu primeiro livro "Sonetos e Poemas Diversos". Participou dos concursos: Talento da Maturidade, XVII Concurso Nacional de Poesia de Brasília, dos concursos do Projeto Arte na Praça, em Macau. Tem certificados da Associação dos Moradores da Vila de Ponta Negra, Natal RN, de Honra ao Mérito do Rotary Clube de Santa Cruz RN, como melhor profissional na área de atuação no ano de 2000. Poeta, Escritor e ex presidente da ASPE.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

História de Santa Cruz

Santa Cruz 
Santuário de Santa Rita

Em 1831, José Rodrigues da Silva, proprietário da Fazenda Cachoeira aliou-se aos irmãos João da Rocha e Lourenço da Rocha, novos donos de terras na localidade de Malhada do rio Trairi, povoado de Santa Rita da Cachoeira. A escolha do local para a implantação do núcleo populacional foi feita porque na localidade de Cachoeira não havia água suficiente para suprir as necessidades de uma população.
Logo, muitas casas surgiram, de forma alinhada, em torno da capela construída em homenagem a Santa Rita de Cássia, a qual José Rodrigues era devoto. O povoado foi mudando de nome com o passar dos anos. Depois de Santa Rita da Cachoeira, mudou para Santa Cruz da Ribeira do Trairi e por último, para Santa Cruz.
Há uma lenda que justifica a origem do vínculo de Cruz aos nomes dados ao lugar, contada em diversas versões pelos habitantes do município: um missionário, ouvindo falar que os habitantes das ribeiras do rio Trairi sofriam as inclemências das secas, bem como ataques de animais ferozes e que entre eles havia lutas e rivalidades, resolveu visitar o povoado. Chegando lá, mandou fazer uma grande cruz com os ramos de uma árvore chamada inharé. Em frente a capela, um enorme buraco foi aberto e o missionário ordenou que nele todos jogassem suas armas, cobrissem o buraco com terra e ali fincassem a cruz. Então, disse o missionário — “virá um padre, muito estimado, que mandará retirar esta cruz para um monte; não consintam, pois esta é a Santa Cruz do Inharé”. Contam ainda que a árvore inharé era sagrada e que atraía toda sorte de males quando seus ramos eram quebrados. Depois que o missionário ergueu a cruz de Inharé, os malefícios cessaram, as fontes jorraram água e os animais tornaram-se mansos. No ano de 1835, com o nome de Santa Cruz da Ribeira do Trairi, tornou-se distrito.
A luta para transformar o distrito em município contou com a participação fundamental do padre Antônio Rafael Gomes de Melo, do Tenente coronel Ivo Abdias Furtado de Mendonça e Menezes e dos fazendeiros Trajano José de Faria e Félix Antônio de Medeiros. Desmembrado do município de São José de Mipibu, no dia 11 de novembro de 1876, o distrito de Santa Cruz da Ribeira do Trairi, tornou-se município.
Em 1890, passou a ser chamado simplesmente de Santa Cruz.

Santa Cruz é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte. Localiza-se a 115 km da capital do estado Natal, a qual se liga através da BR-226. O municipio é mais conhecido por ser terra do Alto de Santa Rita de Cássia, maior estatua do país.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Vida do Jumento



Jumento, meu velho amigo,                                         
Não vejo como consigo...
Demonstrar o teu valor,
Animal interessante...
Você é muito importante...
No sertão de cacto e de flor.

Jumento bom companheiro,
Que nasce no tabuleiro...
e lá no mesmo se cria...
Eu lamento a tua sorte,
O maio escravo do norte...
Coitado sem garantia.

Jumento meu camarada,
Que fizestes açude e estrada...
você tem muita importância,
Porém vive desprezado...
Da cangalha todo chagado...
Por efeito da ignorância.

Jumento pobre inocente,
Que sofre constantemente...
Em tudo abandonado...
Eu sou igual a você,
Sou obrigado a dizer,
Muito embora censurado.

Jumento que tanto padece,
Você muito se parece...
Com o mísero servidor,
O teu viver indesejado...
É igual a aposentado.
Pagando conta de Quem roubou.

Agora pra terminar,
Deixo o jumento pra lá,
Sofrendo sem proteção...
Vamos ficar vigilantes,
E responder os mandantes.
Basta de humilhação.


Antonio de Pádua Borges
Livro Sonetos e Poemas Diversos

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Habeas corpus do Violão

Vi, com o passar dos anos, diferentes descrições dos fatos que deram ensejo a estes versos, inclusive variando de Juiz que despachou nos autos. Penso que a versão mais elaborada da decisão judicial foi uma interpolação posterior à história verdadeira, no intuito de exaltar a beleza da resposta, sem demérito algum ao texto original.
Conta-se que boêmios entoavam suas canções, bem adentrada a madrugada, quando surge uma ronda da polícia que, sob o pretexto de que perturbavam o sossego público, proíbe aquela serenata e recolhe o violão à delegacia. O advogado investido na causa por eles, notório político e escritor, elaborou a sua petição em forma de versos, por sugestão do Juiz, requerendo a devolução do referido instrumento musical.
RONALDO CUNHA LIMA

O instrumento do crime que se arrola
Neste processo de contravenção,
Não é faca, revólver ou pistola.
É simplesmente, Doutor, um violão...
Um violão, Doutor, que em verdade
Não matou, nem feriu um cidadão.
Feriu, sim, a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão!
Um violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade.
O crime a ele nunca se mistura,
Entre ambos inexiste afinidade.
O violão é próprio dos cantores,
Dos menestréis de alma enternecida,
Que cantam as mágoas que povoam a vida,
E sufocam as suas próprias dores!
O violão é música e é canção.
É sentimento, é vida, é alegria.
É pureza e néctar que extasia.
É a dor espiritual do coração!
Seu viver, como o nosso, é transitório,
Mas seu destino, não! Se perpetua.
Ele nasceu para cantar na rua
E não pra ser arquivo de cartório!
Mande soltá-lo pelo amor da noite,
Que se sente vazia em suas horas,
Pra que volte a sentir o terno açoite
De suas notas leves e sonoras!
Libere o violão, Doutor Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito.
É crime, porventura, o infeliz
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?
Será crime, afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
Perambular na rua o desgraçado
Derramando na praça suas dores?
Mande, pois, libertá-lo da agonia
(a consciência assim nos insinua),
Não sufoque o cantor que vem da rua,
Que vem da noite pra saudar o dia.
É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento,
Juntada desta aos autos nós pedimos,
E pedimos, também, DEFERIMENTO...
* * *
O despacho do Juiz:
ARTHUR MOURA
Juiz da 2ª Comarca de Campina Grande
Para que eu não carregue
Remorsos no coração,
Determino que se entregue
A seu dono o violão!
* * *

Segunda versão do despacho:

AFONSO NUNES DE SENA Juiz de Direito
Recebo a petição escrita em verso,
E despachando-a sem autuação,
Verbero o ato vil, rude e perverso,
Que prende, no cartório, um violão.
Emudecer a prima e o bordão
Nos confins de um arquivo, em sobra imerso,
É desumana e vil destruição
De tudo o que há de belo no universo.
Que seja solto, ainda que a desoras,
E volte à rua, em vida transviada,
Num esbanjar de lágrimas sonoras.
Se grato for, acaso, ao que lhe fiz,
Noite de lua, plena madrugada,
Venha tocar à porta do juiz.

Árvore do Amor

Querida natureza sempre pura,
tens a doçura que Deus outorgou
Tão admiráveis que demonstram encantos,
Que ameniza o pranto de quem sente dor.

Gameleiras imensas desta região
Colhi a impressão de maior aventura...
Parti meditando em tanta beleza...
De tanta firmeza, amor e ternura.

Adeus árvores lindas, meigas e formosas,
Fostes ditosas nesta praia, nascer...
Com o auxílio do tempo de caule e raiz,
São ambas, felizes, aqui conviver.

E você mar imenso em tudo atraente,
onde teus viventes vivem de brinca...
Pois nada enfada a perene luta,
Onde se desfruta o mais puro ar.

O pobre poeta leva teu retrato,
Achando de fato que és merecida...
Te digo adeus com todo carinho,
Do inesquecível cantinho da praia querida.

Antonio de Pádua Borges
Cabo de São Roque  -  RN, janeiro de 2002
Pseudônimo: Belga

Por Que Escrevo


          Que maravilha o ato de escrever, escrever pra mim tenho a considerar como a maior riqueza de se poder conquistar, e a melhor herança para o ser humano, por que escrevo, escrevo já ciente que a escrita jamais perece ao contrário permanece, visto saber o quanto é interessante a teoria do escritor o meu ato de escrever me satisfaz até o intimo do espirito, escrever é enriquecer a si próprio, e mostrar para alguém o melhor de tudo no rascunho que trassamos quando adimirando a natureza suas incomparáveis atrações e como poderemos retratar, os pássaros com suas importantes melodias, o mar na sua permanente luta incessante, é ai que o poeta escritor vai analizar o imcomparável valor da escrita.
         Por que escrevo, escrevo também para lamentar as injustiças contra mim e a muitos outros infelizes aqueles que tudo lhe falta se qualquer criatura mesmo nada tendo se assim fáz porém se tiver a condição de escrever, com tudo o considero um ser feliz, por que a tal pessoa no mais indesejável viver ainda lhe resta o prazer de externar as suas desejáveis ou indesejáveis condições para que assim fique no papel as suas idéias a prática de escrever é mais sublime do que toda maravilha que se pode alcançar supremo Deus que deixastes a maior escrita a tua palavra que tudo passa mais tua palavra não passará, meu redentor te agradeço este dia que me concedesse o prazer destas linhas escrever.




Antonio de Pádua Borges
Santa Cruz 17/01/2003

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Inverno











Que maravilha as ações do inverno,
o tempo moderno os pássaros a cantar...
o próprio insete se reproduz,
é reflexo de luz no lindo pomar.

Canta o sabiá em plena floresta,
dazendo seresta mostra seu valor...
toda vegetaçao fica verdejante,
a todo o instate respira o amor.

O próprio poeta fica inspirado,
cumprindo o valor vai logo escrevendo...
o que observa em plena firmeza,
tamanha riqueza Deus está fazendo.

Canta a graúna sua melodia,
ao raiar do dia também o campina...
logo de manhão ao romper da aurora,
escuta-se a sonora da paz matutina.

Diferente da seca que tudo desfaz,
sofre os animais do agreste ao sertão...
porém a bondade de Deus permanece,
se a chuva aparece temos mais produção.


Santa Cruz - RN, 12/03/2004
Poeta Antônio de Pádua Borges

Lágrimas











É nas gotículas orgânicas emocionais,
onde os olhos despreendem sofrimentos...
é com lágrimas que surgem fingimentos...
ou emoção de purezas cordiais.

Talvez com lágrimas alcaçamos os principais,
objetivos que nos prendem nos momentos...
quando os prazeres distanciam os pensamentos...
entre lágrimas e risos surgem os vendavais.

E na dúvida contínua permaneço,
sempre buscando não vejo se mereço...
o que almejo desfrutar o coração.

Afinal caminho dia a dia,
murmurando com a simples teoria...
vertendo lágrimas e rindo sem razão.


Poeta Antônio de Pádua Borges